Carne, café e refrigerante aumentam risco de pedra nos rins
Pessoas predispostas a desenvolver pedras nos rins precisam estar atentas a alguns hábitos que, durante o verão, aumentam o risco desse tipo de problema.
Segundo a SBU (Sociedade Brasileira de Urologia), a incidência de cálculos urinários que requerem atendimento médico cresce cerca de 30% nesta época do ano, em comparação com outras estações.
No calor, em tese, tomamos mais água. Mas a mudança de rotina durante viagens, por exemplo, pode ser suficiente para alterar nossos padrões de ingestão de líquidos, salienta a médica.
“As pessoas têm um hábito de tomar água mais ou menos estabelecido. Quando viajam, elas podem até estar com sede, mas não têm água à disposição ou não se dão ao trabalho de procurar água para ingerir e passam alguns períodos maiores com sede. Isso acaba desequilibrando o organismo.”
Um organismo menos hidratado está mais suscetível ao surgimento dos cálculos, acrescenta a médica.
Se colocarmos uma colher de sopa de açúcar em um copo com bem pouca água e esperarmos alguns dias, veremos que aquele açúcar empedra no fundo e os cristais se grudam. Com o sal é a mesma coisa. Mas, se a gente colocar bastante água, nem vamos mais ver os cristais, eles vão se diluir ali. Isso também ocorre com a urina: quanto mais líquido, mais os cristais se diluem e menos se precipitam e se grudam uns nos outros.
Atividade física e cálculos silenciosos
Também é muito mais comum durante o verão que as pessoas pratiquem mais atividades físicas. É nessas ocasiões que cálculos que estavam silenciosos dentro dos rins podem, com a movimentação do corpo, deslocar-se.
A dor associada à pedra nos rins só vai ser percebida no momento em que a pessoa se movimentar.
Um cálculo só dói quando obstrui a passagem da urina e os rins se dilatam – a sua cápsula tem bastantes nervos de sensibilidade em volta. Sem obstrução aguda, a pessoa pode até conviver com um cálculo e descobrir isso em um exame de rotina, por exemplo
Consumo de álcool
As confraternizações, férias e viagens fazem com que o consumo de bebidas alcoólicas, principalmente a cerveja, aumente durante o verão.
“Embora seja diurético inicialmente, ele [álcool] tem uma fase final que tira mais líquido do que colocou. A pessoa fica um pouco desidratada no efeito pós”, alerta a especialista.
A desidratação provocada pelo álcool, se frequente, também aumenta a possibilidade de o indivíduo desenvolver um cálculo urinário.
Proteína animal e sal
Há dois tipos principais de cálculo renal: o formado por oxalato de cálcio e fosfato de cálcio e o composto de ácido úrico.
A proteína animal, em especial as carnes vermelhas e os miúdos, está associada à formação e liberação de ácido úrico, explica a médica. Essa substância, em excesso, contribui para o desenvolvimento dos cálculos.
A médica ainda aponta outro problema associado ao consumo excessivo de proteína animal.
“No caso da carne, um dos problemas é a formação do íon amônio, que pode ser um núcleo em que depois, a partir dele, outros cristais se grudam na sua periferia, como cristais de cálcio, ácido úrico, fosfato de cálcio…”
O exagero no sal é outro vilão. Ele age como uma espécie de ímã, aproximando os cristais que, posteriormente, vão se solidificar e formar a pedra.
Se a pessoa já tem predisposição a formar cálculos e cometeu um exagero, por exemplo, agora no fim de ano, é maior ainda a importância de tomar bastante líquido após esses excessos, porque se eventualmente se formam muitos cristais por meio dessas substâncias eles são potencialmente diluíveis antes que se agrupem.
fonte: noticias.r7.com/saude